Após seis anos sem trabalhos inéditos, Neo Pi Neo grava CD e DVD ao vivo amanhã, no Kukukaya. O projeto é uma homenagem a Messias Holanda e traz novas composições cheias de humor
Difícil não lembrar da canção "A rural", hit do cearense Neo Pi Neo nos anos 90. Muitos sucessos seguiram até o músico passar um tempo afastado dos holofotes, somando seis anos sem apresentar canções inéditas ao público.
Parte da renda obtida com as vendas do CD e DVD de Neo Pi Neo, "Baile de Máscaras", irá para instituições infantis e de recuperação de dependentes químicos
Foto: Helosa Araújo
Voltando com tudo, Neo Pi Neo - personagem criado por Walmyr Castro - grava CD e DVD de inéditas em grande show, que acontece amanhão, dia 1º, no Kukukaya.
Intitulado "Festa de Máscaras", o novo trabalho, uma homenagem aos 50 anos de carreira de Messias Holanda, terá 20 canções autorais, que falam de temas diversos, como atualidades, vida corriqueira do matuto cearense, comportamento, relacionamentos, tudo com muita sátira e bom humor.
Uma das apostas é "A Burra Chuda", que fala dos tão atuais relacionamentos "plásticos". "Interlocutor" e "Pé de Cansanção" já ficaram entre as 30 melhores composições do Festival Internacional da Canção deste ano. Porém, é "Baile de Máscaras", canção que dá título à obra, o grande xodó do músico criador do estilo "humorsical".
"É a canção mais inteligente da minha carreira. É diferente não só na letra, mas na composição. É feita com quatro estrofes de dez versos terminados com palavras proparoxítonas", explica. Aliás, o lançamento do CD e DVD ocorre no dia 13 de outubro, Dia do Forró. "Já estou trabalhando nele há dois anos e terá a participação de Messias Holanda, Tirullipa, Falcão e Taís Saraiva. Alguns deles também estarão no show", avisa.
Na noite da gravação, Neo Pi Neo, trará, além das inéditas, clássicos de compositores como Fagner e Belchior, e sucessos antigos. "Se pedirem, claro que toco ´A Rural´".
Volta por cima
Ainda quando era apenas Walmyr, o artista teve seu primeiro contato com a música tocando o violão da mãe aos seis anos de idade. Ao lado do teatro, essa arte sempre o acompanhou, com influências que vão desde Caetano Veloso, Genival Lacerda e Roberto Carlos, até Jimi Hendrix e Deep Purple.
O difícil período que o fez se afastar dos palcos mostram um drama que escondia há quase 40 anos.
"Em 2008 eu tive que me internar em uma clínica de reabilitação para tratar minha dependência química. Mas hoje estou espiritualizado. Segui os 12 passos do Alcoólicos Anônimos, li muito sobre Psicologia, Filosofia e Teologia e posso dizer que hoje me conheço melhor. Eu era muito arrogante, e isso me fez compartilhar mais as coisas. Até mesmo o meu novo disco, que tem participação de muitos amigos, é um exemplo disso. Minha vida mudou", conclui.
Fonte: Diário do Nordeste
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