O cearense Felipe Abreu e a argentina Romina Sanchez se conheceram através do teatro, e já fizeram o projeto de Florianópolis a Fortaleza
A rivalidade entre Brasil e Argentina dá trégua quando o assunto é arte e cultura. Depois de uma viagem artística de cerca de nove meses, saindo de Florianópolis com destino a Fortaleza e passando por várias cidades brasileiras, o cearense Felipe Abreu e a argentina Romina Sanchez já estão se arrumando para uma nova empreitada. Com o projeto “O Riso vai de Fusca”, a dupla deve levar a partir do próximo mês espetáculos e oficinas artísticas para diferentes cidades do Ceará em um Fusca.
Passando por cidades do interior Norte e Sul, incluindo a região do Cariri, os artistas têm um objetivo específico. Democratizar o acesso a arte. “Como artistas, nós sentimos a necessidade de descentralizar a produção artística, principalmente no Brasil. A gente notou que é preciso levar cultura para aqueles que não tem acesso”, explicou Felipe.
A excursão, que foi adiantada já para o mês de março, na verdade começou muito antes. Segundo o artista, a ideia de iniciar os primeiros projetos envolvendo arte e viagem aconteceram por causa da vontade e andar pelo país.
“A gente iniciou essa ideia com um projeto chamado ‘Se essa praça fosse minha’. A intenção era a de viajar e trabalhar. No primeiro, a gente teve o apoio das secretarias de cultura das cidades por onde passamos, eles nos davam hospedagem, combustível e alimentação para realizarmos as apresentações no município”, relembra Felipe
Mas nem tudo foi fácil como parece. Para conseguir dar início ao projeto, o casal teve que aderir à condição de financiamento coletivo. Após arrecadar boa parte do dinheiro, eles conseguiram comprar o Fusca, que batizaram de Olivério. Ao todo, 12 cidades do Ceará devem ser contempladas com as apresentações. Tendo início em Fortaleza, os espetáculos devem rodar por Redenção, Itapipoca e Sobral, além de outras cidades que estão em processo de confirmação, como Ibiapina, Mauriti e Nova Olinda.
O início
Completamente envolvido pela arte circense, o cearense conta que nem sempre a intenção foi assim. “Eu no começo, como todo mundo, busquei fazer cursinho para entrar na faculdade e no decorrer desse processo comecei a fazer uma oficina de teatro, que acabei gostando muito. Fui despertando o interesse e resolvi me aprofundar mais no assunto”, conta Felipe.
saiba mais
Para desenvolver suas habilidades, Felipe buscou estudar em uma escola de artes no Rio de Janeiro. E foi nesse local onde conheceu Romina. “A gente se conheceu durante uma formação na Escola Nacional de Circo. Eu estudava em outra escola que dava aula no mesmo ambiente. Ela fez uma escola de artes urbanas e lá a gente se conheceu. Então, desde 2008 que a gente vem estudando e trabalhando com arte. Trabalhamos juntos e nos conhecemos mesmo viajando”, descreve o cearense.
O histórico do fortalezense não é tão distinto do destino de Romina. Graduada em paisagismo, na Argentina, ela conta que o interesse iniciou ainda na faculdade. “Eu estudava na Argentina e nos intervalos de uma disciplina para outra eu conheci uns amigos que faziam malabarismos. Então meu interesse começou daí. Depois de me formar eu fui pro Rio porque eu senti a necessidade de aprimorar minha técnica. Soube que lá era uma das principais escolas circenses e viajei”, disse a argentina.
Para ela, isso é um sonho de família. “Minha mãe também é artista. Mas nunca fez o que eu estou fazendo. Quando viajo, mando postais pra ela e ela pega as imagens e pinta quadros com as imagens dos postais. Na verdade, esse sempre foi o sonho dela e eu que estou realizando”, completa Romina.
Nenhum comentário:
Postar um comentário