Mesmo com o acúmulo de dois
anos de carreira solo após passagens por bandas de expressão regional, a
cantora pernambucana Gil Mendes afirma que ainda não sente diferença entre os
dois formatos. "Não foi um choque, pois já cantava só no Forró dos Plays
após a saída do antigo parceiro. Com a tendência dos artistas trabalharem o
próprio nome e não o da banda, decidi sair de lá. Nem tinha me
programado", avalia a vocalista em entrevista à coluna Puxa o Fole.
Na
segunda-feira (17), Gil lançou oficialmente nova música de trabalho nas
plataformas digitais. "Por Água Abaixo" é a aposta da cantora para
maturar um futuro projeto de DVD. A letra, segundo ela, já caiu na graça dos
forrozeiros. Em enquete realizada em uma rede de rádios de Sergipe, a canção
superou o lançamento de "Só Pra Castigar", do cearense Wesley Safadão.
"Fiz
um show ao vivo e a galera gostou. Começaram a postar os vídeos e eu
adiantei", diz Gil em referência à divulgação que fez antes do lançamento
oficial. A artista explica que a música é "linda" e "fala a
história de muita gente". "É daqueles amores que a gente vive
fugindo, mas quando você encontra em algum lugar, vai tudo por água
abaixo". A pernambucana estuda gravar clipe da nova canção.
EP e DVD
Gil
prepara ainda o lançamento de outras cinco músicas que, junto com "Por
Água Abaixo", irão compor um EP, avaliado como o passo inicial para a
consolidação do primeiro DVD de carreira solo. "Estávamos programados para
filmar agora em setembro, mas sentamos com a equipe e decidimos fazer primeiro
um EP, que é o que está rolando de modinha no momento. Música é que nem roupa,
você entra na moda mesmo não querendo para não ficar de fora do mercado",
pontua.
Ela
explica que as seis inéditas serão uma espécie de termômetro. "Ainda não
temos material suficiente para fazer um DVD autoral. Vamos ver a resposta do EP
para então gravarmos o DVD. O difícil vai ser decidir o local. É fã em todo
lugarzinho".
Apresentações
Gil
afirma ter uma agenda com média de 20 shows mensais, com exceção do período
junino, quando os números das bandas de forró e sertanejo tendem a crescer.
"Minha
agenda é bem espalhada. Tem fim de semana que rodo dois mil quilômetros. Não
medimos esforços para ir onde a galera está pedindo a gente. Além disso, o
mundo está muito difícil para se trabalhar. Você não pode botar banca",
diz.
Questionada
se a dificuldade citada se refere a forte concorrência no mercado,
principalmente em Fortaleza, Gil afirma que a questão do trabalho atualmente é
inerente à qualquer área de atuação, mas que o crescimento no número de bandas
pode depreciar o preço do cachê.
Nos
shows, Gil Mendes apresenta músicas assinadas por compositores especialmente
para a banda, assim como canções que fazem sucesso na voz de outros artistas.
As composições próprias da pernambucana, porém, são minoria no repertório. Gil
afirma ser tímida com as letras que escreve.
"A
gente faz show para agradar o público que gosta de ouvir de tudo. Mesmo
cantando só no Forró dos Plays, não carregava as responsabilidades no meu nome.
A gente tem que fazer o melhor a cada dia para as pessoas. É o meu nome que
está em jogo, minha história", afirma Gil em contraponto à afirmação
inicial de que não sentiu fortes mudanças ao optar pela carreira solo. Ao Puxa
o Fole, a vocalista revela ainda ter "muito medo de errar e não agradar o
público nos shows".
Bagagem
A
forrozeira conta que tem gratidão pelas passagens por cada banda que a ajudou a
lapidá-la como cantora e como pessoa. Desde o início aos 14 anos na Banda
Styllus ao pesado batente do Forró Real. "A Styllus foi minha base, quase
tudo que sei eu aprendi lá. Foi quando saí de Pernambuco para morar no Ceará.
Na Gaviões conheci umas das minhas melhores amigas. Já na Forró Real, uma banda
que o Ceará ama, eu fiquei bem conhecida. Mas lá é rojão, tem uma hora que você
não aguenta", descreve Gil, que, além do Forró dos Plays, também cantou na
banda Garota Safada, ao lado de Safadão.
Ceará
Sobre
Fortaleza ainda ser cidade referência do Forró - mesmo com a concorrência de
Recife após o fortalecimento de escritórios na Cidade Maurícia; e com a
concorrência sertaneja com base fincada no Centro-Oeste - Gil acredita que a
Capital do Estado ainda é um importante foco da música.
"Fortaleza
ainda é um grande centro, mas deu uma esfriada. Isso é inegável. Mudou muito,
hoje as pessoas estão conseguindo se destacar e viver em outros Estados",
pontua.
Para
ela, os cantores continuam com o desejo de gravar trabalhos no Ceará, mas
lamenta a perca das grandes casas de shows que animavam a cidade todo fim de
semana, com festas lotadas e, inclusive, com ingressos mais acessíveis.
"Toco pouco em Fortaleza por causa disso. Não tem mais casa grande ou de
médio porte e nem está tendo festa como antigamente. O que está acontecendo é o
seguinte: ou a gente não entra na grade porque não estamos em destaque como as
outras ou a gente fica para tocar em uma casa menor, o que não compensa e não
bate com nossa meta financeira".
Com Informações: PuxaoFole
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