Enem 2018: cearenses conseguem nota 1000 na prova
de Redação
19:56 / 18 de Janeiro de 2019 ATUALIZADO ÀS 19:58
Elas comentam sobre as horas de estudo, leitura e atualização de
notícias sobre o mundo como preparação para o vestibular
No início de todo ano, uma única preocupação preenche a cabeça
de pré-universitários no País todo: conseguir uma vaga no Ensino
Superior através do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).
E tirar nota 1000 na Redação pode ser um
passo fundamental para alcançar esse sonho.
Em 2019, 55 participantes conseguiram a nota
máxima na redação do Enem. É o caso das cearenses Marília
Oliveira, Laís Mesquita, Melissa Saboya e Lívia Taumartugo. As quatro moradoras
da Capital compartilham a surpresa e a felicidade do resultado, e agora, a
ansiedade pelo Sistema de Seleção Unificada (Sisu).
Marília, 19, é a única das quatro que não pensa em cursar Medicina,
mas também escolheu outra graduação tradicional e bastante concorrida: Direito.
Ela também se diferencia pois, pela segunda vez consecutiva, alcançou a
pontuação máxima na redação do Enem.
Em 2017, a estudante ficou com a média final em torno de 720
pontos e, apesar da nota máxima na redação, não conseguiu a vaga. A nota de
corte para direito (diurno) foi de 731 em 2017.
"Se três pessoas tivessem desistido na época, eu teria
conseguido ingressar", lembrou. No Enem deste ano, ela conquistou 750,02
pontos e acredita que ficou muito próximo de alcançar o sonho.
Preparação
Laís, pretende estudar Medicina na Universidade Federal do
Ceará (UFC).
“Foi um ano muito puxado, estudando às vezes mais de 12 horas em aula e mais em
casa. Além de abdicar de diversas saídas para estudar”, destacou. As dicas da
professora de redação, para Laís, foram essenciais para o resultado.
Lívia revela todo o esforço para
alcançar um resultado positivo. “Eu estudava cinco horas por semana só sobre
redação. Fazia duas redações semanais no laboratório do colégio. Prestava
bastante atenção na correção e fazia os ajustes que eram apontados”, revela a
estudante.
Tema
Apesar da nota máxima, Melissa não tem medo de admitir: “eu não
gosto de escrever”.
“Prefiro Ciências da Natureza. É o
que eu realmente gosto de estudar, mas a gente tem que aceitar, apesar de não
gostar, para passar no vestibular. Tem que estudar todas igualmente,
principalmente as que você não gosta”, complementa a adolescente.
Contudo, Melissa não deixou de se preparar para a parte escrita
da prova. “Eu me preparei para todos os temas possíveis. Eu sabia que o Enem
não ia trazer um tema óbvio. Eu tentei criar um esqueleto para a redação. Aí
quando eu peguei aquele tema, parecia muito com uma redação que eu tinha feito
uma semana antes”, comenta.
Em 2018, a redação do Enem teve como tema "Manipulação
do comportamento do usuário pelo controle de dados na internet"
“Confesso que não estava esperando, fiquei muito surpresa”,
revela Lívia com relação ao assunto principal da redação. “Como foi considerado
um tema específico e complexo, eu não achei que conseguiria alcançar a nota
máxima. Fiquei muito feliz quando vi o resultado”, complementa.
Laís admite que não tinha muito conhecimento sobre o tema de
2018. A ansiedade, segundo ela, era um dos
empecilhos nas horas de estudo. “Queria dizer a todo mundo que não desistam e
se empenhem, a vitória vem se você se esforçar”, completa a estudante.
Não desistir
Apesar das diferenças, Marília não é a única que tenta novamente
a vaga na UFC. Com apenas 18 anos, Lívia é quase uma “veterana” quando se trata
de Enem. Ela fez o exame pela primeira vez em
2015, como teste, quando estava no 1º ano do Ensino Médio e tirou
680 na primeira redação. “Quando eu vi que tinha tirado essa nota, eu procurei
me aperfeiçoar, e fui crescendo a cada ano”. No Enem 2017, tirou 960 na
área.
A estudante se inspira na própria tia — e recebe o apoio dos
pais — para realizar o sonho de infância: ser médica. “Não consigo me
ver fazendo outra coisa. É um sonho que tenho
desde pequena”, completa Lívia.
Melissa Saboya, 17, reverbera o otimismo de seguir
tentando alcançar o objetivo. “Se eu não passar, eu vou tentar de novo no
Enem 2019. Não vou desistir”, complementa. Assim como Lívia, ela quer cursar
Medicina na UFC. Em 2018, a nota de corte para o
bacharelado em Medicina na UFC foi 785.62.
Conteúdo complementar
Apesar de toda o estudo e preparação, acertar em cheio o tema da
Redação do Enem é quase impossível. Por isso, Lívia usou como base o conteúdo
acumulado quando escreveu sobre assuntos parecidos.
“Eu não tinha feito nenhuma redação específica sobre aquele
assunto. Mas na hora eu tentei manter a calma, e desenvolver o texto com o
conhecimento que eu tinha acumulado nos últimos anos. Eu tinha feito redações
sobre ‘fake
news’ e ‘consumismo’. Acabei pegando
um pouco das duas e encaixando nessa redação”, complementa.
Além dos livros, a estudante complementava o conhecimento com
outras fontes. “Eu pesquisava sobre o tema antes de escrever o texto. Anotava
tudo que achava interessante, como notícias, leis, citações e relações
históricas. Procurei ficar mais antenada em jornais
e sites de notícias, tentando ajudar informações que me
ajudassem”, completa.
Marília também usou conteúdos complementares e baseou a redação
em textos de pensadores como o filósofo Michel Foucault e Sigmund
Freud. "Aproveitei os textos motivadores e todas as dicas
que recebi dos professores ao longo do ano. Agora fica a expectativa de passar
na faculdade", comemorou.
Em 2019, O
Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais e Pesquisas Anísio
Teixeira (Inep)
corrigiu 4.122.423 provas de redação na aplicação regular do Exame.
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