Familiares e amigos fazem homenagens e dão o último Adeus ao
sanfoneiro Zé de Manu, na manhã deste domingo, 11, na cidade de
Cedro, na região Centro-Sul do Ceará. Houve celebração de missa de corpo
presente na Igreja Matriz de São João Batista e enterro no cemitério local.
O sanfoneiro José Tomás Sobrinho, conhecido popularmente como Zé
de Manu, morreu aos 81 anos, na tarde deste sábado (10), decorrente de
complicações pulmonares, em Fortaleza.
O corpo foi velado inicialmente em Fortaleza e depois seguiu para a
cidade de Cedro. Familiares e amigos prestaram as últimas homenagens a Zé de
Manu, ícone da cultura regional, por meio da sanfona, seu instrumento que
aprendeu desde pequeno.
O prefeito Dr. Nilson Diniz escreveu nas redes sociais
a notícia do falecimento de um ícone cedrense. “O sanfoneiro Zé de Manu.
Referência da cultura regional, Zé era reconhecido pelo dom de tocar o
instrumento que celebrizou Gonzagão”, e destacou ainda que o músico foi e para
sempre será lembrado pela representatividade e talento único. “Cedro se comove
pela perda do conterrâneo, e eu me solidarizo com familiares e amigos pela
ausência entre nós dessa personalidade importantíssima do Ceará”, escreveu.
Em Fortaleza o velório aconteceu na Funerária Ethernus, neste sábado. Em
Cedro, o velório aconteceu na Funerária Padre Cícero e a missa foi celebrada às
10 horas da manhã na Igreja Matriz São João Batista, em seguida o sepultamento
no Cemitério São João Batista.
A Secretaria de Cultura do Estado emitiu nota de pesar pelo falecimento
ressaltando o encantos da sanfona e as canções. “Os encantos da sua sanfona já
deixam saudades, sua canção se fará lembrança em nossos afetos e memórias,
convivências e sonoridades”.
A Secretaria de Cultura do município de Cedro destacou: “Nosso querido
Zé de Manu será lembrado eternamente pela sua força de viver e se torna para
todos nós uma personalidade viva”, destaca Aparecida Evangelista.
Forró é mais forró
‘De Cedro a Várzea Alegre, de Icó a Iguatu, o forró é mais forró com Zé
de Manu’, diz a letra da música, confirmando a habilidade e o reconhecimento ao
músico e sanfoneiro.
Homenagens
Em outubro de 2005, por ocasião do Dia do Legislativo, Zé de Manu foi
agraciado com a medalha Liberato Moacir de Aguiar, de autoria do
presidente da câmara municipal Gildásio Oliveira.
Durante sua apresentação na tradicional festa do Chitão em 2015, o Poder
Executivo concedeu a Zé de Manu, a medalha do Mérito Coronel “José
Gabriel Diniz” reconhecendo os relevantes serviços prestados ao
município de Cedro e a seu povo.
A rádio comunitária local Mandacaru FM, também prestou homenagens ao
longo dos anos, na programação sempre enalteceu as músicas e história de vida
do sanfoneiro. Para o sanfoneiro e radialista Edson Reis, o
ícone da cultural será lembrado com todo respeito pela sua longa trajetória de
vida. “Nós que somos comunicadores, estamos neste momento triste pela partida
do parceiro e sanfoneiro querido por todos nós nordestinos”, ressalta.
Diversos sanfoneiros do município homenagearam Zé de Manu em solenidade
no Centro de Educação Profissional Ivens Dias Branco (Senac), em Cedro.
Biografia
Zé de Manu, como é conhecido, tem esse apelido tirado de seu pai, Manu,
que se acha definitivamente incorporado ao seu nome próprio, de batismo, José
Tomás Sobrinho, Zé de Manu, nasceu no sítio Varzinha, município de Cedro,
no dia 23 de outubro de 1939.
Ao longo do tempo, Zé de Manu buscou aperfeiçoar-se na música e, nessa
trajetória de vida musical, coisa que desviou do estudo na busca de uma
formatura, teve a sorte de conhecer Luiz Gonzaga, o Rei do Baião, o
qual lhe prestou uma grande homenagem, precioso presente, uma bela sanfona, no
dia 13 de setembro de 1985.
Zé de Manu já se apresentou em diversas casas de show e até dividiu
palco com grandes nomes da música regional, como Luiz Gonzaga, o qual lhe era
referência. Tinha “Asa Branca” e “Assum Preto” como músicas
favoritas. Com o “Rei do Baião”, Zé de Manu tocou por sete anos, participou das
festas no Parque Asa Branca, em Exu, e foi um dos artistas que recebeu de
presente do ídolo uma sanfona.
Com colaboração de Marciel Bezerra
DiáriodoNordeste
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